Muito se fala sobre o sagrado feminino, mas o que de fato é isso? Aqui segue uma pequena introdução.
Sagrado feminino é a centelha mágica que habita na essência de cada mulher, é a auto segurança e a auto confiança, sua capacidade de moldar o mundo positivamente ao seu redor.
Está diretamente ligada com a imagem que a mulher tem de si mesma e com a imagem que é transmitida as pessoas ao seu redor.
Se formos fazer uma viagem no tempo, vemos que em torno da Pré- história que a mulher era vista e também representada como sagrada, uma confirmação disso é a estátua da Vênus de Willendorf. Nesta fase os homens viam as mulheres como as doadoras da vida, a vida crescia dentro delas. Naquela época ninguém associava o ato sexual como causador da gravidez, eles acreditavam que só um ser abençoado seria capaz de desenvolver e gerar a vida em seu próprio ventre. As mulheres tomavam banho de Lua, estavam conectadas com a sua espiritualidade, era entendido então que as divindades abençoavam as mulheres com a gravidez. Sendo assim as mulheres eram sagradas e muitíssimo aceitas na sociedade.
O fato de ser sagrada foi se tornando para a mulher uma fonte de poder, pois outras habilidades dela foram sendo desenvolvidas, as mulheres foram se tornando poderosas dentro de seus próprios limites, detentora dos conhecimentos mágicos, ervas, emoção e assim todo este poder foi visto como uma ameaça.
Tem um conto Yorubá que retrata muito bem isso. Todas as Yas (orixás femininas) decidiram se reunir para ter um momento mágico só de mulheres e para garantir que só elas entrassem, as Yas ingressavam em seu círculo, apenas com as saias, permitindo que os seios ficassem a mostra.
Elas rezavam, conversavam e recitavam encantamentos, a magia que elas geravam era tão grande, tão poderosa que elas atraíram uma divindade muito acima delas, elas que por si só já eram poderosas.
Os orixás (homens) enciumados com o poder que elas foram capazes de gerar e temendo que tamanho poder fosse projetado contra eles, bolaram um plano para que elas deixassem de ser a potencia que eram , infiltraram através da vaidade a inveja entre elas e onde haviam Yas unidas, se tornou local de competitividade. Elas não mais se reuniam para rezar ou entoar cânticos, pois agora elas se tornaram rivais. E a paz dos orixás masculinos foi preservada.
A partir do momento em que as mulheres se desuniram, se tornaram rivais elas automaticamente permitiram desenvolver em suas almas chagas e feridas, as primeiras feridas foram causadas pelo masculino, mas quem dá manutenção em todas estas feridas são as próprias mulheres, que não conseguem ter mais credibilidade em outras mulheres, não conseguem mais ter amizade genuína. Está no inconsciente feminino de tantas mulheres feridas causadas por outras mulheres e também por outros homens.
Com este texto não faço apologia contra os homens, pois os homens também tem suas feridas que precisam ser curadas, encontrar o sagrado neles também para que suas ações e seus pensamentos sejam voltados para o equilíbrio entre homens e mulheres, masculino e feminino.
Espero que minhas palavras possam, especialmente, tocar o coração de cada mulher e conduzi-las ao caminho de vota para casa, um caminho de volta ao resgate do sagrado feminino, um caminho de cura, uma jornada pessoal de resgate da sua própria beleza, individualidade, convívio social equilibrado, espiritualidade, independência e principalmente poder.
Abençoadas sejam todas as mulheres em suas jornadas caminhando em direção ao centro de seus inconscientes e emoções, descobrindo a essência de quem realmente são.
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