Estrutura de Rituais Wiccanianos

Um dos principais aspectos para a prática da Bruxaria consiste na realização de rituais. Eles são uma forma de trazermos aquilo que desejamos do mundo astral para o mundo concreto. Os rituais também são um modo de realizarmos magia como feitiços, trabalhos mágicos ou entrarmos em contato com os Deuses.

Algumas tradições possuem estruturas mais rígidas e outras são mais livres. Nós seguimos uma estrutura que caracteriza um ritual wiccano: A utilização de círculos mágicos, a invocação de quadrantes e o grande rito são exemplos explícitos do que se encontra em rituais wiccanos.

Em primeiro lugar, deve-se escolher o objetivo do ritual; ou seja, o que se quer alcançar com ele. Sem um objetivo claro e conciso não será provável obter um bom resultado.

Outro ponto importante será a escolha das divindades para o ritual. Para aqueles que estão começando na bruxaria, realizar uma pesquisa sobre as divindades que deseja trabalhar é fundamental, pois permite um conhecimento das divindades em si e se elas são as mais indicadas para o propósito.

Com a escolha do propósito, determina-se o dia; a hora do ritual; a face da lua mais adequada com o propósito; os materiais a serem usados como velas, pedras e ervas e o que será utilizado para captar energia como a utilização de meditação, dramatização, dança, música etc.

Deve-se depois escrever a estrutura do ritual em si, pois auxilia no desenvolvimento do mesmo e, se for necessário rever algo, estará escrito no ritual. A estrutura de um ritual pode variar, mas aqui será explicada uma forma de ritual básica.

Antes de começar o ritual, deve-se:

# Organizar o que será utilizado para o ritual para que não necessite de interromper todo o processo e ter de começar de novo.

# Purificar-se. Tomar um banho antes de se começar um ritual é uma forma de se harmonizar e purificar, além de uma forma de honrar os deuses como se estivesse se preparando para uma festa, por exemplo. O ato é uma forma de honrar o corpo que é um templo.

# Vestir suas túnicas e joias ritualísticas. Pode-se também realizar o ritual “vestido de céu” que consiste em estar nu. Pelo fato do corpo ser considerado como algo sagrado, muitos bruxos buscam trabalhar “vestidos de céu”.

# Assumir sua personalidade mágica como nome mágico. É uma forma de separar o mundo mágico do cotidiano no momento específico do ritual.

# Purificar o ambiente no qual você vai trabalhar.

Purificação

A purificação é fundamental para afastar as energias que não desejamos para o ritual ou as que sejam contrárias ao que desejamos, além de afastar preocupações do cotidiano. Uma purificação deve ser realizada tanto no ambiente que encontramos quanto em nós mesmos.

Há inúmeras maneiras de se realizar uma purificação. A mais usual é a utilização dos quatro elementos na purificação: Terra, Ar, Fogo e Água, ou escolher um dos quatro elementos ou buscar outras formas criativas como uma música, um gesto ou mantras. Para se purificar utilizando os elementos é necessário realizar uma analogia a cada um deles. Um exemplo seria: pentáculos, sal ou pedras para a Terra; athames, sinos, incensos ou algum instrumento musical para o Ar, bastões ou chamas acesas para o Fogo e cálices ou conchas para a Água.

A purificação é realizada no sentido anti-horário, assim representando uma quebra de rotina. Pode-se aspergir um pouco de sal ao redor do ambiente e, depois em si mesmo, assim valendo para a fumaça de um incenso ou para um pouco de água contida no cálice. Com o fogo, utiliza-se o calor da chama acesa da vela para purificar, sempre mantendo uma distância razoável no ambiente a ser purificado ou do corpo.

Uma forma de purificação muito usada pelas bruxas é com a vassoura mágica. Neste caso, a vassoura não será usada para varrer o chão e sim para varrer do ambiente as energias indesejadas.

Traçado do círculo

(detalhado no texto anterior)

Harmonização

A harmonização é um modo de entrar em equilíbrio com o que será realizado. Depois da purificação e do traçado de círculo, a harmonização é mais um modo de se desligar de pensamentos e coisas mundanas e se conectar com ritual. É um momento de buscar seu centro e harmonizar seus centros energéticos.

É comum em rituais coletivos explicar a história da Deusa e do Deus para esclarecer aos celebrantes as divindades invocadas. Recomenda-se em rituais solitários estudar sobre as divindades anteriormente, pois assim se terá uma melhor compreensão dos deuses.  Pode-se realizar uma meditação para entrar em contato com uma divindade ou outras formas criativas como a dramatização de um mito; o uso de canto ou dança.

Em um ritual realizado em grupo a harmonização tem por função ligar as energias de todos os membros presentes, colocando-as na mesma vibração.

Trabalho mágico

Um ritual pode somente ter em sua estrutura a realização de um feitiço quanto pode ser mais complexo como um handfasting ou uma iniciação. Caso desejar realizar um feitiço ou consagrar algo, este é o momento adequado para isso.

Cone de poder

A elevação do Cone consiste na comunicação do feitiço e das energias trabalhadas ao universo e para as divindades, caso tenha sido invocadas em um ritual. É o tempo para que aquilo que foi trabalhado seja esclarecido ao universo e para as divindades e que seja concretizado no plano astral.   É o momento de unir toda a energia gerada dentro do círculo mágico e enviá-la para o universo. Isso pode ser feito batendo as mãos ou os pés, dançando, girando, usando sons ou até mesmo com um orgasmo.

O nome Cone de poder vem do formato que este processo deve ter em termos energéticos. Normalmente, em um ritual em grupo, uma pessoa conduz a energia durante o cone, elevando-a à medida em que os membros dançam, cantam ou giram. Quando a energia alcança o pico desejado, a pessoa responsável pelo cone deve dar o sinal para o envio da energia e será ela a responsável por enviar a energia para o objetivo do trabalho mágico sendo realizado.

Grande Rito

O Grande Rito é o momento mais solene do ritual. Representa o momento de união dos Deuses e o momento em que tudo foi criado.

Utilizam-se o cálice e o athame para sua realização. Primeiramente, segura-se o cálice com a mão esquerda contendo água, um suco ou um vinho e energiza-se o cálice com pensamentos e palavras voltadas para a Deusa. Depois, energiza-se o athame com a mão direita com pensamentos e palavras voltadas para o Deus. Logo após as energizações, se introduz a lâmina do athame no cálice e tocando a base do cálice se desenha um pentagrama representando a união dos deuses. Assim que se termina, bebe-se um pouco do líquido e faz-se uma libação para a terra. Quando realizado por um casal, a sacerdotisa segura o cálice e o sacerdote segura o athame. Tão logo o sacerdote retira o athame do cálice, a sacerdotisa bebe do líquido, oferece um pouco para a libação à terra e, depois para o sacerdote.

No caso de um ritual em grupo, o cálice será passado para que todos os presentes bebam ou apenas os iniciados, dependendo da tradição.

Partilha dos alimentos     

Depois do Grande Rito, há a oferta dos bolos ou pães e sucos ou vinhos para que possa aterrar o excesso de energias encontradas no decorrer do ritual e como uma celebração dos frutos da Terra e dádiva dos Deuses. Antes da partilha, porém, o sacerdote abençoa a comida a ser partilhada e a sacerdotisa abençoa a bebida.

Se o ritual for realizado em ambientes abertos, é recomendável fazer a libação para as fadas como forma de respeito, pois o ritual será feito em algum ambiente em que há fadas. Oferece-se um pouco de suco ou vinho e um pequeno pedaço de bolo ou pão a elas.

Despedidas e encerramento

Com a finalização do ritual, começam-se as despedidas. As despedidas são realizadas em sentido anti-horário e o círculo é destraçado. Se os celebrantes se sentirem ainda com excesso de energias, então pode aterrar as energias colocando as mãos na terra de um jardim ou um parque e deixar a energia fluir para a terra.

Com a finalização do ritual, retorna-se ao cotidiano. Retiram-se as vestimentas mágicas e, organiza-se o que foi utilizado. Se estiver em um ambiente, busca-se limpar levando restos para uma lixeira.

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